quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Como Tudo Começou...


 
Hoje trago um post diferente ao blog, sem fotos de doces, salgados, aniversários ou qualquer outra coisa que vocês estão acostumados a ver por aqui.
 
Desta vez, vou trazer um pouquinho da história de como surgiu a Giselle Sacardi Culinária Artesanal.
 
Era uma vez, uma menina que não gostava de passar nem perto da cozinha...mas sua mãe, sempre apaixonada por tudo que se relaciona com culinária, todos os dias, principalmente aos finais de semana, passava horas inventando e fazendo doces, bolos, massas, molhos, coberturas, recheios, salgadinhos...uma coisa mais deliciosa que a outra.
Mas a menina, nem assim, se interessava em dar uma passadinha por lá. Amava experimentar tudo, ficava impressionada em como podia ser tudo tão gostoso, sem exceção, tudo era maravilhoso, mas ajudar a fazer alguma coisa que era bom, nada. Tinha tudo na mão e sua mãe, nunca a obrigou a fazer nada.  
 
O tempo foi passando, a paixão da mãe por culinária só aumentou e a menina, que já não era tão pequena, continuava na mesma, não sabia fritar um ovo e sequer fazia um miojo.
Um dia, já adolescente, a menina se viu sozinha em casa e pensou no que faria para comer. Teve uma ideia: havia uma massa pré cozida na geladeira, capeletti recheado, olhou no armário e viu uma caixinha de creme de leite e se decidiu, ia fazer a massa com molho branco, não podia ser tão difícil assim! 
Pensando nas poucas vezes que havia passado pela cozinha e visto sua mãe fazendo alguma massa, colocou água numa panela e esperou ferver para adicionar o capeletti, o creme de leite foi colocado em uma panela menor para aquecer. O que ela não fazia ideia, é que creme branco não era feito desta maneira e a massa não deveria ter ficado tanto tempo na água também. Enfim, o que parecia tão fácil no início de sua ideia, virou um terrível pesadelo quando deu a primeira garfada no coitado capeletti. Era horroroso, ficou tudo grudado, o creme não parecia um creme e ela notou que nem o seu amado queijo ralado a salvaria de sentir aquele gosto ruim.
 
Naquele dia, algo mudou na menina, e ela resolveu que seria a primeira e a última vez que ela passaria por tudo aquilo, se sentiu envergonhada por não saber fazer uma simples massa, pensou em sua mãe, que sabia tanto de sabores culinários e no fato de que nunca havia se interessado em aprender algo com ela. Ainda imaginou o que diria sua mãe quando visse o triste fim do capeletti recheado, e acabou rindo de si mesma.
 
No decorrer do tempo, começou a frequentar mais a tão temida cozinha, observava, ajudava no que podia, pegava alguns utensílios que sua mãe precisava, fazia perguntas...e assim, em pouco tempo, ao menos preparava seu miojo, fritava um ovinho para comer com pão de forma e foi fazendo suas anotações.
 
O tempo passou e a menina foi para faculdade, estava com dezessete anos e finalmente, ia se dedicar a sua paixão: o Direito. Cinco longos anos, encarados com muita seriedade, tirando os momentos em que ela dava umas escapadinhas para o bar, afinal, ninguém é de ferro, e para encarar tantos artigos, incisos, leis complementares, partes gerais e especiais, códigos, agravantes, contratos...só com uma cervejinha de vez em quando.
Durante sua vida acadêmica, conheceu um rapaz que se tornaria seu namorado, um apaixonado pela comida japonesa e ela, detestava. Já havia tentado comer algumas coisas, mas sempre segurando uma latinha de refri para engolir tudo de uma vez e nem pensar no gosto que aquilo tinha.
Um dia, sem saber o que fazer, acabou aceitando o convite do rapaz e foi parar num restaurante japonês e...milagrosamente, o cardápio trazia do que se tratava cada prato, assim, pediu algo frito e escapou por pouco de mais um vexame.
Mais uma vez decidida a não passar mais apuro, começou a tentar digerir diversas iguarias da referida culinária oriental, e sabe que nem era tão ruim?
 
Cada vez mais gostando de tudo, até porque era uma comida muito bonita, de comer com os olhos mesmo, e sabendo que sua mãe amava comida japonesa, pensou que não seria possível que só um japonês poderia ser capaz de fazer aquilo tudo, e não teve dúvidas: sentou em frente ao seu fiel escudeiro notebook, procurou por alguns vídeos, anotou cada detalhe e acabou fazendo um pequeno bloquinho com receitas. Naquela semana, foi se aventurar em uma mercearia especialista em produtos japoneses, comprou algumas coisas básicas e foi para casa feliz da vida!
Chegando lá, pegou suas anotações e iniciou sua tentativa de fazer sushi...e adivinhem só: sua mãe seria a cobaia, o que a deixava muito preocupada, afinal, a menina que nem miojo fazia, que ainda se lembrava do coitado do capeletti, era muito para cabeça de qualquer pessoa imaginar que faria algo daquela magnitude. Mas quando viu  a expressão no rosto de sua mãe, e ouvir dela que estava delicioso, fez daquele um dia mais que especial e único!
 
O que ela não sabia, é que estava traçando um caminho que ela jamais poderia imaginar, e que veio a se confirmar ainda mais forte quando sua mãe a convidou para irem a um curso de ovos de páscoa em 2011. Nestes exatos dias e momentos, nascia Giselle Sacardi Culinária Artesanal.
 
E eu, que era tão atrapalhada e tive que comer o empaçocado capeletti, encontrei meu caminho. Talvez vocês se perguntem o que aconteceu com o Direito. Bem, dizem que sabemos que estamos no caminho certo quando perdemos o interesse em olhar para trás, e podem ter certeza, eu não olho mais. Não sinto mais vontade de fazer outra coisa, passo horas, muitas horas na cozinha, descobri o motivo da paixão que minha mãe sempre sentiu ao estar naquele ambiente, e por isso, hoje, nós estamos ainda mais unidas. Nossa ME leva meu nome, muito a contragosto meu, mas ela fez questão, não quis que fosse diferente, mas a verdade, é que ela é a razão de tudo, sem ela nada do que faço seria possível, nada teria sentido de ser, nada existiria. Se por trás de todo homem, existe uma grande mulher, posso afirmar com certeza, que por trás de um grande filho, existe uma grande mãe. E a minha, é sim a melhor de todas!
Ela é a essência da Giselle Sacardi Culinária Artesanal, ela é a essência da Giselle, pois tudo que sou devo aos ensinamentos que ela sempre me transmitiu, a ME não teria sido criada sem ela, e sem ela, eu não estaria aqui.
Em cada bolo, docinho, salgadinho, sobremesa, em cada detalhe de tudo que fazemos, cada ideia, cada decoração, há tudo de nós duas, um pouquinho em cada coisa.
 
Enfim, não sou mais mera ajudante e observadora! E sinto tanto orgulho de tudo que fazemos juntas...mas não são só flores rosas em pasta americana, pois toda nossa união, é percebida por diversas pessoas, a maioria são as que torcem por nossas vitória, mas tem aquelas que torcem contra, sentem inveja, cobiçam...e isso tudo, é porque são pessoas que desconhecem o significado do amor, da união, da sinceridade...é porque são pessoas que nunca receberam um carinho de verdade, um abraço apertado de conforto, nunca tiveram um ombro amigo, não sabem o que é um sorriso fácil e sincero...
Mas aqui, entre nós duas, a energia é tão positiva e forte, que coisa ruim tem que bater e ir embora, pois o que só conhece a escuridão, não suporta a luz, muito menos a que emana de nós duas.
 
Somos a equipe de dois da nossa ME!
 
Hoje, dedico este post a quem tudo me ensinou e ensina, a quem devo tudo e todo meu conhecimento, dedico para você: minha mãe, sócia, melhor e única amiga, companheira, anjo da guarda, fortaleza, amor, meu orgulho, meu tudo, minha vida, minha alma gêmea!
 
E obrigada a todos vocês, que são nossos clientes e amigos, que sempre acompanham nossos posts, que torcem positivamente e que são apreciadores da culinária artesanal.
 
Obrigada por fazerem existir a Giselle Sacardi Culinária Artesanal.